Aline da Silva Schons, jornalista censitária/IBGE/DF
Além do patrimônio ambiental, o espaço abriga coleções históricas de plantas e de animais
Foto: Acervo IBGE.
O mês de maio marcou o início do período de estiagem na região central do país, segundo o Prognóstico Climático de Outono, produzido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com isso, os cuidados na Reserva Ecológica do IBGE e em todo o Distrito Federal devem ser redobrados, pois o tempo seco aumenta o risco de incêndio.
Os incêndios florestais são preocupação constante dos servidores da Reserva, principalmente entre maio e outubro, quando é comum dias com umidade abaixo de 30%. E o pior, após um período com chuvas acima da média na região Centro-Oeste, entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, é possível que a seca deste ano seja ainda mais intensa, conforme aponta o relatório do Inmet.
A manutenção da diversidade da fauna e flora e da infraestrutura da Reserva – que abriga, por exemplo, o Herbário IBGE e as coleções zoológicas passam pela adoção de providências efetivas para prevenção dos incêndios florestais.
Medidas de prevenção de incêndio
Além dos cuidados comuns, que podem ser tomados por qualquer cidadão na prevenção de incêndios, como não atear fogo em restos de poda de plantas ou de lixo e não descartar bitucas de cigarro em lugares inadequados, a Reserva possui uma série de protocolos para evitar os incêndios florestais.
- Brigada Contra Incêndios do IBGE
Foto: Acervo IBGE.
Criada em 1978, o principal intuito da Brigada Contra Incêndios do IBGE é vigiar e combater focos iniciais de incêndio. Para tanto, os participantes, todos voluntários, recebem treinamento do Corpo de Bombeiros, que continuam sendo acionados em incêndios de maiores proporções. O servidor Bento da Silva Barros possui, inclusive, um curso internacional de combate aos incêndios florestais.
Realização de Aceiros
Outra atividade essencial à prevenção dos incêndios florestais é a realização dos aceiros, que consistem na supressão de uma faixa de vegetação, com objetivo de impedir que o fogo se alastre. São realizados, anualmente, três tipos de aceiros: com maquinário, manual e com auxílio da queimada controlada (aceiro negro).
Aceiro Mecânico | Foto: Acervo IBGE.
Aceiro Manual | Foto: Acervo IBGE.
Histórico de incêndios na Reserva Ecológica do IBGE
Desde a oficialização da Reserva foram registrados três grandes incêndios. O primeiro ocorreu em outubro 1994 e queimou cerca de 60% dos 1.400 hectares que compõem a área protegida.
Onze anos depois, em setembro de 2005, veio o segundo grande incêndio, que atingiu metade da Reserva. Por fim, em setembro de 2011, aconteceu o maior deles e mais presente na lembrança das pessoas que lá trabalham, com destruição de mais de 90% do espaço.
Alguns dos servidores mais antigos da Reserva, como Francisco Inácio de Carvalho, Marina de Lourdes Fonseca Resende e Teodoro Pereira dos Santos, lembram desse último episódio como um dos mais marcantes e tristes da história da Reserva. Eles ajudaram a combater o incêndio e tiveram de lidar com as perdas materiais, como a edificação histórica conhecida como Casa Azul, e perdas da fauna e da flora, resultantes dele.
“Parecia que era na nossa casa [o incêndio], e era na nossa casa”, lembra Resende.