A Reserva Ecológica do IBGE foi convidada para participar como sítio de imagens para o projeto “Cerrado Caixa D’Água do Brasil”, que produzirá um livro paradidático com 220 páginas, destinado as escolas públicas e privadas, e a população em geral. O projeto é apoiado pelo Ministério da Cultura através do Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC).
Nessa segunda, dia 16 de setembro, a equipe coordenada pelo Sr. Atanagildo Brandolt veio à Reserva para fazer fotos, filmagens e coletou depoimentos explicativos do Dr. Frederico Takahashi, servidor e biólogo de formação. Dr. Frederico mostrou diferentes paisagens do Bioma Cerrado , como o Cerrado Sentido Restrito, Campo Sujo, Mata de Galeria e a nascente do córrego do Roncador, que já deu nome à Reserva por um tempo.
Fotógrafo Eduardo, servidor Frederico e o produtor Franscisco (Caco) em campo. Crédito: Michella Cechinel Reis
O livro em elaboração pretende mostrar a importância do Cerrado para a formação e abastecimento de três das principais bacias hidrográficas do país, berço das águas ameaçado pelo avanço desordenado sobre seu território. O livro registrará as principais nascentes e trechos desses grandes recursos hídricos, mostrando a sua importância e valorizando as iniciativas da sociedade e de governos para preservar essas áreas vitais para a biodiversidade e sobrevivência de todo o continente sul-americano.
O objetivo principal é incentivar o gosto pela leitura dos alunos do ensino fundamental e médio, facilitando o acesso aos meios culturais de uma parte da população menos favorecida e para que mais pessoas se conscientizem da importância de mantermos essa fonte de vida e juventude do nosso continente.
Do ponto de vista hídrico, o Cerrado é considerado o “berço das águas brasileiras”, ou a “caixa d’água” do Brasil, haja vista a sua localidade e armazenamento de água no subsolo. As nascentes da região alimentam seis das doze grandes bacias hidrográficas brasileiras e três aquíferos (formação geológica que pode armazenar água subterrânea). O Distrito Federal, apesar de sua área relativamente pequena, abriga rios de três grandes bacias hidrográficas brasileiras: Tocantins, Paraná e São Francisco.
Francisco (Caco), editor do projeto, relata que a jornada da equipe começou no Parque Nacional da Canastra, onde nasce o Rio São Francisco, depois foram em Aparecida do Taboado (MS) onde se forma o Rio Paraná, que recebe água do Rio Paranaíba e do Rio Grande. Seguindo para o Parque Nacional das Emas onde há a nascente do Araguaia, e a Serra dos Pirineus (Pirinópolis/GO) onde nasce o Rio Corumbá. “Colocar as informações numa linguagem mais acessível, produzindo 3 mil exemplares para as escolas da periferia de Brasília/DF, para ajudar a criar uma consciência maior de proteção. A crise climática no mundo inteiro e a ocupação pelo agronegócio nessas áreas de nascente são problemas atuais”.
“A Reserva Ecológica do IBGE possui diferentes paisagens do Bioma Cerrado, por isso decidimos fotografar ai (Cerrado Sentido Restrito, Mata de galeria, Veredas, entre outros). Outra razão para fazer as fotos na Reserva é valorizar o trabalho realizado pelo IBGE há mais de 50 anos, que me encanta desde a última filmagem que foi realizada há alguns anos com o Prof. Mauro Lambert e o Dr. Braulio Ferreira de Souza Dias. Entender essa teia da natureza, onde um rio alimenta o outro, e para entender isso precisa falar do cerrado. Como o professor Walter Sales diz, é a cumieira, as águas descem do alto e vão ganhando água de todo mundo”.
Mais informações sobre o projeto: https://youtu.be/2LYK84vuthY?si=1sgGuT12vrLhG6TM
Foto de mata de galeria, próximo ao Córrego Roncador, que deu nome à Reserva muitos anos. O porquê do nome Roncador permanece um mistério, mas dizem que era o barulho feito por Bandos de macacos Guaribas e Bugios da área que deram o apelido. Crédito: Michella Cechinel Reis
Exemplo de árvore e vegetação do cerrado, resistente a seca e ao fogo. Note as pontas dos galhos finalizando a floração e iniciando a fase de frutificação. Crédito: Michella Cechinel Reis