A Reserva Ecológica do IBGE pertence à Área de Proteção Ambiental das Bacias do Gama e Cabeça de Veado (Apa Gama e Cabeça de Veado – instituída pela Lei Distrital n° 9.417/1986), que inclui o Jardim Botânico de Brasília (JBB), a Fazenda Água Limpa, da Universidade de Brasília (UnB) e a ARIE Capetinga-Taquara.

Toda essa área é considerada de grande importância para a preservação da biodiversidade e se destaca como um dos locais do Bioma Cerrado com maior concentração de pesquisas científicas nos campos de ecologia, botânica e zoologia. Assim, tornou-se referência para a compreensão da estrutura e do funcionamento do Cerrado, de sua biodiversidade e de seus serviços ecossistêmicos, inclusive como sítio Nacional e Global de referência em diversas redes de pesquisas ecológicas, estabelecidas em regime de parceria com mais de 500 instituições nacionais (66%) e estrangeiras (34%). Além disso, a RECOR é sítio Nacional e Global de referência na produção de informações Geodésicas.

Fonte: Ibram.

Durante o período de estiagem de chuvas, que se inicia em abril e vai até setembro, a queda da umidade do ar provoca alterações provisórias na vegetação, deixando-a mais ressecada e suscetível a queimadas. O fogo ganha força com a soma do ressecamento da vegetação e os ventos mais fortes da época. O perigo das queimadas está fortemente ligado à falta de consciência ambiental e comunitária das pessoas, que jogam restos de cigarros ou colocam fogo em lixo na beira das estradas ou em terrenos baldios.

Os impactos ambientais das queimadas em uma região de preservação ambiental são devastadores, e sentidos por décadas. Sob essa perspectiva, com a coordenação da Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal (SEMA/DF), no Âmbito do Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais no Distrito Federal (PPCIF/DF), várias instituições que integram a APA Gama e Cabeça de Veado realizaram o aceiro com fogo ao longo das rodovias que cortam a área (DF-001 e BR-251). A atividade basicamente é uma queimada controlada de parte da vegetação da margem da rodovia para diminuir o risco de incêndios provocados ou naturais nestes locais no período da estiagem. Combate-se o risco do fogo antrópico e descontrolado com a queima prescrita e controlada pelo poder público, aumentando a proteção das Unidades de Conservação próximas, uma vez que boa parte dos incêndios iniciam fora das áreas protegidas.

Neste ano participaram dos trabalhos a Brigada Voluntária contra Incêndios Florestais do IBGE, junto com as brigadas das áreas protegidas vizinhas (Jardim Botânico de Brasília, Fazenda Água Limpa-UnB, Marinha e Aeronáutica), o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM/DF) e o IBAMA-PREVFOGO, com o apoio do Departamento de Estradas e Rodagens do Distrito Federal (DER/DF) e do Instituto Brasília Ambiental.

Durante dois dias (15 e 16 de julho de 2024), todas as instituições envolvidas moveram pessoas, veículos e recursos para a atividade, cada um contribuindo dentro de suas possibilidades. O IBGE possui a Brigada de Combate de Incêndios mais antiga do DF entre as unidades de conservação, constituída por servidores voluntários desde 1979. Entre os muitos colegas que já participaram, ainda temos a felicidade de contar com servidores que fundaram a brigada, como Gercê Nunes de Jesus. Segundo Gercê, a reserva já passou por três queimadas importantes, em 1994, 1998 e 2011. “E o ideal é impedir que o fogo chegue até nós, apagando o fogo das instituições próximas impedimos que ele se aproxime da Reserva Ecológica do IBGE”.

Foto: Nicoly Silva/Ascom JBB.

Foto: Nicoly Silva/Ascom JBB.

Foto: Nicoly Silva/Ascom JBB.