O IBGE lançou, no dia 15 de dezembro, a segunda edição do Atlas do Espaço Rural Brasileiro. A publicação, dividida em 11 capítulos, faz parte da comemoração dos 100 anos do Censo Agropecuário, e conta com análises diversas de temas que revelam as características dos produtores e dos estabelecimentos agropecuários, refletindo as diferentes formas de ocupação e uso do território brasileiro.

Como salientou a coordenadora do projeto, Adma Hamam de Figueiredo, para retratar a complexidade do espaço rural as análises devem considerar as dimensões sociais, econômicas, políticas, culturais e ambientais. Por isso, além das informações do Censo Agropecuário 2017, a publicação integra dados das pesquisas econômicas e ambientais do IBGE e dados de fontes externas, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

 

 

 

Agricultura e meio ambiente

 

O capítulo 7 – Agricultura e meio ambiente – traz a análise da relação entre o homem e o meio natural, decorrentes da ocupação do espaço rural. Essa relação foi traduzida em 16 pranchas, que abordam questões relacionadas à dinâmica do espaço rural, que ao mesmo tempo em que é condicionado pelas ofertas ambientais, também afeta o ambiente e a sua capacidade de continuar fornecendo os serviços ecossistêmicos necessários à manutenção dessas atividades com bons níveis de produtividade.

 

Dessa forma, são abordadas questões como a adoção ou não de práticas conservacionistas, a preservação/recomposição de áreas de preservação permanente, entre outros. Esses temas permitem não apenas identificar os principais problemas, mas também as oportunidades de melhorias nos sistemas produtivos da agropecuária, de modo a garantir a sustentabilidade da produção e dos recursos naturais.

 

Segundo a servidora Mariza Alves de Macedo Pinheiro, a equipe da Gerência de Recursos Naturais do IBGE no Distrito Federal (GRN-DF) teve a oportunidade de participar desse projeto contribuindo com duas pranchas, totalizando quatro mapas inseridos no capítulo sobre meio ambiente: Biomas - Estabelecimentos Agropecuários e Polinização.

 

O mapa Biomas - Estabelecimentos agropecuários retrata a distribuição de áreas dos estabelecimentos rurais nos diferentes biomas brasileiros, segundo a sua utilização. Para alcançar esse resultado, os dados dos setores censitários foram combinados com as células da grade estatística do IBGE (1km²) e, posteriormente, com os limites dos biomas. Foram consideradas cinco classes (matas/florestas, pastagens, sistemas agroflorestais, lavouras e tanques/lagos/açudes), conforme os itens do questionário do Censo Agropecuário 2017. Além disso, é apresentado também, em forma de tabela, um detalhamento dessa informação com a subdivisão de algumas dessas classes e o seu percentual em cada bioma.

 

 

Já os três mapas de polinização ilustram a contribuição dos polinizadores à produção agropecuária em temos físicos (total da produção) e monetários (valor total da produção). Para obter esses resultados, foram pesquisados os valores referentes às taxas de dependência de polinização de cada cultura. Os dois primeiros mapas integram os três tipos de lavouras: temporárias, perenes e horticultura, e foram espacializados por município. No terceiro mapa, a contribuição foi espacializada por Região Geográfica Intermediária (Regint) e por tipo de lavoura.

 

 

A publicação pode ser acessada gratuitamente em formato digital no Portal do IBGE e na Plataforma Geográfica Interativa (PGI). Por meio da PGI, é possível cruzar dados, criar outros mapas e baixar tabelas e projetos em diversos formatos.